No mês passado, a Associação Brasileira de Franquias (ABF) divulgou os números de desempenho do franchising em 2015 e o que se nota é a manutenção de um crescimento impressionante. O faturamento do setor cresceu 8,3% no ano passado, e já há expectativa de que nesse ano o aumento não seja inferior a 6%.

Mesmo com louváveis resultados, o panorama geral de retração econômica e PIB negativo é um grande sinal de alerta para o franchising, que terá o desafio de lidar com a desaceleração do varejo e a retração do consumo familiar - justamente os dois principais fatores que impulsionaram a economia nacional nos últimos anos.

E como se a crise econômica não fosse grave o suficiente, o cenário de incerteza política, por si só, consegue agravar ainda mais o problema, gerando insegurança tanto no mercado nacional quanto no internacional.

É claro que o franchising não passa imune a tudo isso e, na prática, o que se tem visto é o aumento dos conflitos entre franqueadores e franqueados. Operações mal sucedidas, lojas operando descobertas, fracasso de vendas e queda de faturamento são as principais queixas de quem está lutando para sobreviver a esse período ruim.

Muitos franqueados apontam a falta de assistência e suporte dos franqueadores como causa do insucesso de suas operações, enquanto os franqueadores reclamam de franqueados pouco comprometidos com o modelo operacional. E nessa guerra, infelizmente, saem todos perdedores.

O momento atual pede que cada um canalize a insegurança para assegurar a realização de bons negócios, onde a cautela seja priorizada e os acordos exaustivamente estudados. Também é hora de avaliar a operação, de forma a identificar e remediar possíveis perdas operacionais ou administrativas que podem estar sacrificando o resultado.

Essa também é a hora de investir em treinamento e capacitação de equipe. Dentro de cada Rede de Franquia já existem pessoas com habilidade de transferir conhecimento aos demais e isso, além de altamente eficaz, torna dispensável realizar treinamentos que acarretem custos. Em momentos de crise é esperado que o turnover da equipe seja menor e, com isso, os resultados dos treinamentos serão mais duradouros.

Franqueadores e franqueados devem tirar proveito do próprio modelo de negócio que, naturalmente, possui armas eficazes para vencer a desaceleração e a insegurança do mercado. Todavia, se a operação não parece ir para um bom caminho, é importante estabelecer o diálogo logo no início do problema, visto que, hoje em dia, uma loja fechada representa um passo atrás no caminho de saída da crise.

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