As questões sobre sustentabilidade começaram a ganhar espaço na década de 1970, com a repercussão da Conferência de Estocolmo e o chamado tripé ambiental, social e econômico (ESG). Até pouco tempo, falar em sustentabilidade poderia ainda parecer algo abstrato, mas no pós-pandemia causado por uma doença zoonótica e intrinsecamente ligada ao modo pelo qual o ser humano se relaciona com a natureza ser sustentável é o novo normal.

Neste pós-pandemia, os millennials (pessoas que nasceram entre 1981 e meados da década de 1990) estão no auge dos seus 40 e poucos anos e formam boa parte da população economicamente ativa. Os millennials têm um perfil de consumo diferente da geração anterior, são mais ativistas, mais exigentes, mais autênticos e, nas classes sociais mais altas, priorizam experiências, vivências e consomem segundo o seu propósito.

Sua (nossa) visão de mundo dita o comportamento no momento da compra e dá preferência, em geral e sempre que as condições financeiras permitem, a produtos e serviços amigáveis com o meio ambiente e a marcas que demonstram alguma preocupação com questões sociais. Para os millennials, o lucro pelo lucro não é mais aceito e empresas que reconhecem e exercem com coerência sua responsabilidade social são mais bem avaliadas na percepção desse público.

Já a geração Z (pessoas nascidas entre 1997 e 2010) ainda está entrando no mercado de trabalho. É uma geração digital por excelência, mais fluida e que agregou as questões identitárias às preocupações sociais e ambientais dos millennials.

Ricardo Voltolini, autor do livro “Vamos falar sobre ESG?”, considera a geração Z ainda mais ativista que os millennials e que, por isso, deve pressionar por negócios mais sustentáveis por pelo menos mais três décadas. Nesse contexto, o ESG não é uma “moda” que deve passar em breve.

Políticas socioambientais das empresas

Para conquistar esses consumidores, é natural que as campanhas publicitárias e ações das empresas em redes sociais se mostrem engajadas em temas socioambientais. No entanto, para evitar o greenwashing, os compromissos assumidos publicamente devem ser autênticos e a conduta da empresa perante consumidores, agências governamentais ou empregados e fornecedores deve ser coerente com aquilo que ela divulga.

Vale lembrar que, embora a implementação de práticas ESG ainda não seja obrigatória por lei, o Código de Defesa do Consumidor vincula a empresa à sua oferta e, nesse ponto, empresas que assumem publicamente compromissos socioambientais estão obrigadas a atendê-los. Caso contrário, além do risco de perder a confiança de consumidores e investidores, poderão estar sujeitas a responsabilização administrativa e judicial.

A expectativa é que ainda lidemos com questões ESG por um bom tempo. Por isso, investir na construção de políticas corporativas socioambientais pode ser determinante para o sucesso do negócio no futuro imediato e no médio e longo prazos.

Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionado:

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